Não vai ser o último show do Agridoce, projeto da cantora Pitty
com o guitarrista Martin. Mesmo assim, o clima é de fim de festa para o
duo, que se apresenta na sexta-feira (29) de Lollapalooza, às 14h15. A
banda termina a turnê com a apresentação no festival, que acontece no
Jockey Club, em São Paulo.
Em entrevista, eles recapitulam os melhores
momentos da banda, negam que o foco seja apenas a sonoridade folk e
indicam os shows imperdíveis do Lolla. A cantora baiana fala ainda de
seu novo disco. "Existe essa necessidade natural de contraste
internamente, mas podem pintar alguns pontos de intersecção", comenta,
ao comparar canções e shows com o nome de Agridoce ou Pitty.
1 - Quando começaram
com o Agridoce, imaginaram que daria tão certo: fariam turnê, tocariam em
festival?
Martin - Não,
quando começamos nem achávamos que iria deixar as quatro paredes onde foi
concebido. Quando decidimos gravar um disco e sair em turnê as expectativas
aumentaram, claro, mas ainda me surpreendo com a dimensão que a coisa tomou.
Pitty - É que inicialmente
a gente não tinha planejado isso. Nós só queríamos fazer. Mas aí as coisas
foram acontecendo, acontecendo e a gente foi indo.
2 - O show no Lolla
marca o fim da turnê. Qual é a sensação, há certo clima de despedida? O que o
show terá de diferente em relação aos outros?
Martin - Eu estou
nesse clima de “banzo antecipado” total e nos últimos shows tem sido difícil
manter a compostura, circunstância agravada pelo fato de eu ser uma pessoa um
tanto dramática... Estamos começando a ensaiar esse show e vamos tentar novidades, de som e de
imagens.
Pitty - A
sensação é essa, de despedida. Despedida boa, num momento bom.
3 - Querem ver quais
shows no Lolla? Quais são imperdíveis e por quais motivos?
Martin - São
muitos, estou particularmente empolgado com as bandas que ainda não tive a
oportunidade de ver ao vivo como The Black Keys, Cake e Gary Clark Jr.
Pitty - Quero ver
todas essas e ainda Tomahawk e Alabama Shakes pela primeira vez, rever o QOTSA,
o Flaming Lips, entre outros.
4 - A turnê vai
terminar e com ela termina o projeto? Quais as chances de ter outra leva de
canções e shows? Alguma chance de aposentar o nome Agridoce?
Martin - Não, o
projeto não deixa de existir, só deixa de ser nossa prioridade. Temos um disco
novo pra gravar, que possivelmente vai gerar uma turnê enorme, mas se algo
interessante aparecer e tivermos tempo nada impede de pintar uma música nova ou
um show esporádico.
5 - Se o Agridoce
continuar após hiato, pretendem investir em outros gêneros, além do folk?
Martin - Não acho
que o Agridoce possa ser definido como folk, apesar de ter alguns elementos do
estilo. A gente não encana muito com isso, o que aparecer de composições daqui
pra frente vai ditar o caminho.
Pitty - Sempre
foi um processo de criação muito livre e descompromissado com rótulos, acho que
a boa é mantê-lo assim, fazendo o que dá na telha.
6 - Como a mansidão
do Agridoce pode influenciar o repertório do novo disco (de Pitty)? Há chance
de a contundência das letras e dos arranjos mais pesados perderem espaço por
conta deste outro lado da dupla?
Martin - Não sei,
mas tenho um palpite de que essa mansidão vai nos levar para uma lado mais cru,
agressivo e contrastante com a estética do Agridoce, mas é só um palpite. E não
acho que liricamente o que diferencia um trabalho do outro seja a falta de
contundência no Agridoce, mas sim uma questão de temática e direção.
Pitty - Existe
essa necessidade natural de contraste internamente, mas podem pintar alguns
pontos de intersecção, porque foi um aprendizado ótimo em termos de sonoridade
e timbres. Acho que só vamos descobrir mesmo na hora de fazer.
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