segunda-feira, 25 de março de 2013

'Sensação é de despedida', diz Pitty, sobre Agridoce no Lollapalooza

Não vai ser o último show do Agridoce, projeto da cantora Pitty com o guitarrista Martin. Mesmo assim, o clima é de fim de festa para o duo, que se apresenta na sexta-feira (29) de Lollapalooza, às 14h15. A banda termina a turnê com a apresentação no festival, que acontece no Jockey Club, em São Paulo.
 Em entrevista, eles recapitulam os melhores momentos da banda, negam que o foco seja apenas a sonoridade folk e indicam os shows imperdíveis do Lolla. A cantora baiana fala ainda de seu novo disco. "Existe essa necessidade natural de contraste internamente, mas podem pintar alguns pontos de intersecção", comenta, ao comparar canções e shows com o nome de Agridoce ou Pitty.


 1 - Quando começaram com o Agridoce, imaginaram que daria tão certo: fariam turnê, tocariam em festival?
Martin - Não, quando começamos nem achávamos que iria deixar as quatro paredes onde foi concebido. Quando decidimos gravar um disco e sair em turnê as expectativas aumentaram, claro, mas ainda me surpreendo com a dimensão que a coisa tomou. 
Pitty - É que inicialmente a gente não tinha planejado isso. Nós só queríamos fazer. Mas aí as coisas foram acontecendo, acontecendo e a gente foi indo.

 2 - O show no Lolla marca o fim da turnê. Qual é a sensação, há certo clima de despedida? O que o show terá de diferente em relação aos outros?
Martin - Eu estou nesse clima de “banzo antecipado” total e nos últimos shows tem sido difícil manter a compostura, circunstância agravada pelo fato de eu ser uma pessoa um tanto dramática... Estamos começando a ensaiar esse show  e vamos tentar novidades, de som e de imagens. 
Pitty - A sensação é essa, de despedida. Despedida boa, num momento bom. 


3 - Querem ver quais shows no Lolla? Quais são imperdíveis e por quais motivos? 
Martin - São muitos, estou particularmente empolgado com as bandas que ainda não tive a oportunidade de ver ao vivo como The Black Keys, Cake e Gary Clark Jr.  
Pitty - Quero ver todas essas e ainda Tomahawk e Alabama Shakes pela primeira vez, rever o QOTSA, o Flaming Lips, entre outros.

  
4 - A turnê vai terminar e com ela termina o projeto? Quais as chances de ter outra leva de canções e shows? Alguma chance de aposentar o nome Agridoce?
Martin - Não, o projeto não deixa de existir, só deixa de ser nossa prioridade. Temos um disco novo pra gravar, que possivelmente vai gerar uma turnê enorme, mas se algo interessante aparecer e tivermos tempo nada impede de pintar uma música nova ou um show esporádico.

  
5 - Se o Agridoce continuar após hiato, pretendem investir em outros gêneros, além do folk?
Martin - Não acho que o Agridoce possa ser definido como folk, apesar de ter alguns elementos do estilo. A gente não encana muito com isso, o que aparecer de composições daqui pra frente vai ditar o caminho.  
Pitty - Sempre foi um processo de criação muito livre e descompromissado com rótulos, acho que a boa é mantê-lo assim, fazendo o que dá na telha.

  
6 - Como a mansidão do Agridoce pode influenciar o repertório do novo disco (de Pitty)? Há chance de a contundência das letras e dos arranjos mais pesados perderem espaço por conta deste outro lado da dupla?
Martin - Não sei, mas tenho um palpite de que essa mansidão vai nos levar para uma lado mais cru, agressivo e contrastante com a estética do Agridoce, mas é só um palpite. E não acho que liricamente o que diferencia um trabalho do outro seja a falta de contundência no Agridoce, mas sim uma questão de temática e direção. 
Pitty - Existe essa necessidade natural de contraste internamente, mas podem pintar alguns pontos de intersecção, porque foi um aprendizado ótimo em termos de sonoridade e timbres. Acho que só vamos descobrir mesmo na hora de fazer.


(Entrevista ao G1)

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